Mostra Chica Pelega de Cinema

2ª Jornada Cabocla Chica Pelega percorre 6 cidades do Oeste de Santa Catarina.

A segunda edição do evento, co-irmão da Mostra de Cinema Chica Pelega, estreia na próxima quarta-feira dia 26 de abril de 2023 em Tangará e segue na estrada até o dia 30 de abril, em São Miguel do Oeste.

Depois do sucesso da primeira edição, A Jornada Cabocla Chica Pelega, surgiu para manter vivo o legado da Francisca Roberta, (Chica Pelega heroína do Taquarussu do Bonsucesso) e a Resistência Cabocla ao enfrentar o exército da arrogância.

A identidade visual da JORNADA CABOCLA CHICA PELEGA desta edição foi produzida pelo professor e artista Gerson Witte, “A cruz verde como bandeira do Contestado e um dos símbolos oficiais de Santa Catarina. A mulher guerreira com o facão para defender o seu povo. Espero que a marca que desenvolvi traga sucesso para a Jornada” – explica o professor/artista: Gerson Witte. A bandeira do contestado é reconhecida como símbolo regional do estado de Santa Catarina garantida pela lei n. 17.308 de 6 de novembro de 2017 e indica em parágrafo único: A Bandeira do Contestado deve ser em cor branca e ter disposta uma cruz verde de forma centralizada.

2a jornada chica pelega
2ª Jornada Cabocla Chica Pelega percorre 6 cidades do Oeste de Santa Catarina. 8

Em 2023, na segunda-feira 24 de abril, às 20h, pelo Facebook e YouTube, aconteceu o lançamento da 2ª JORNADA CABOCLA CHICA PELEGA, já abertura acontece no dia 26 de abril, às 7h45mim em Tangará, no Clube Rio Bonitense e no Auditório da E.E.B Padre Nóbrega em Luzerna às 14h30min. Confira abaixo a live na íntegra. Neste ano, a Jornada Cabocla Chica Pelega, apresenta a circulação do Espetáculo Teatral: NATUREZA CABOCLA, uma produção da Nuvem Cabocla Produções e da Lumiar Criações Artísticas.

Live de lançamento da 2ª Jornada Cabocla Chica Pelega

Live de lançamento da 2ª Jornada Cabocla Chica Pelega

O professor Paulo Pinheiro Machado, que escreveu sua tese de doutorado sobre o território do Contestado e pesquisa o assunto desde os anos 1990, relembra que históricamente o conflito éuma luta da cidadania e pela liberdade do povo brasileiro a longa duração, “desde os quilombos na época da escravidão, das lutas contra a centralização política do império e a luta contra os coronéis da Cabanagel, Balaiada, a luta de Canudos na Bahia, de Pau de Colher e do Caldeirão no Ceará. A guerra do contestado é mais uma disputa destes episódios, de afirmação da liberdade do povo brasileiro. Ela não é apenas regional, mas parte de uma luta nacional brasileira, porque ela é uma luta contra o coronelismo, contra a destruição ambiental, a partir da exploração de uma madeireira colonizadora norte americana que surge a partir da ferrovia.”. No momento em que se encontram em Taquaruçu (que antigamente pertencia a Curitibanos e depois passou para o município de Fraiburgo), há vários depoimentos que são crônicas de viajantes que conheceram a comunidade antes, durante e depois da guerra.

Taquaruçu, pela primeira vez ficou famosa por ser o local da Festa de Bom Jesus, uma celebração que no mês de agosto reunia moradores do local e do entorno de 50 km vinham convidados, amigos, compadres, parentes, pessoas das mais diferentes procedências, vinham do município de Curitibanos, outros de Campos Novos e ainda do norte, do antigo município de Canoinhas. Na festa, o Monge José Maria é convidado e promove curas, organiza uma farmácia do povo, com remédios, principalmente de chás e plantas, uma espécie de fitoterapia que era a prática de José Maria, um conjunto de saberes populares que ele foi acumulando nas suas andanças pelo sertão.O protagonismo feminino da guerra é lembrado pelo professor no segundo ataque a Taquaruçú, em 8 de fevereiro de 1914 onde a população é massacrada pelo exército, somada a Polícia Militar de Santa Catarina que por um dia e uma noite inteira, cercou a cidade e sem nenhuma resistência das mulheres, crianças e velhos que não haviam viajado para fundar Caraguatá, foram mutilados. Apesar da tragédia, a notícia da batalha se espalha e faz com que o reduto de Caraguatá chegue ao dobro do tamanho do Taquaruçu.

Espetáculo-pesquisa Natureza Cabocla ou Raízes e Asas

Sinopse: No meio da floresta de araucárias, dois caboclos brincam de imitar sons de pássaros e mergulham profundamente nas histórias que a natureza sussurra através de uma fogueira. Neste espetáculo,passado e futuro se encontram em um presente pleno de aprendizagem, contando mitos, lendas,histórias e símbolos que existem no inconsciente coletivo das raízes sertanejas catarinenses, e assim discutir a invisibilidade, o racismo, preconceito, a desigualdade social e através do intercâmbio da oratura dar asas às expressões das culturas populares “Contestadas”.

Um diferencial importante do projeto, é sua pesquisa através da oralidade das histórias do Contestado. O material reunido nas pesquisas históricas, sociais, religiosas,mitológicas, sonoras e visuais, em torno da cultura cabocla, culminou em texto e músicas inéditas que buscam dialogar como público num encontro onde passado e futuro se encontram no presente pleno de aprendizagem, contando mitos e símbolos que existem no inconsciente coletivo de nossas raízes sertanejas, e assim discutir a invisibilidade, do racismo, preconceito, a desigualdade social e através do intercâmbio desta oratura da r evidência às expressões das culturas populares “Contestadas

Um trecho do espetáculo pode ser assistido online pelo canal do youtube do IFSC de Caçador. Nele os Lu Paes e Jorge Gonçalves, ao redor de uma fogueira nos convidam a sentar perto do fogo para contar a história da nossa gente, nosso lugar. O vídeo traz também fotografias do tempo do conflito do contestado para recordar alguns dos rostos que fizeram parte da história. (video acima).

Para quem não puder estar presenta nas sessões, pode conferir o espetáculo em vídeo transmitido no dia 11 de agosto de 2021 no programa Cidadania Cabocla.

Ficha Técnica

Direção: Gustavo Zardo
Dramaturgia: Lu Paes
Elenco: Lu Paes e Jorge Gonçalves
Cenário: Lumiar ProduçõesArtísticas e Museu do Contestado
Figurino: Analia Bortolini
Músicas: Jorge Gonçalves (Violão e letra) e Romário José Borelli(letra)
Arte: Deiviane Velho
Produção: Gustavo Zardo


Duração 30 minutos.

Galeria de Fotos

Fotos: Camila Dutra

Programação Completa

Lista de locais e horários das apresentações do espetáculo teatral Natureza Cabocla

Tangará:


Data: 26 de abril (abertura);
Local: Rio Bonitense;
Horário: 8h00min;
Contato: Roberto Bohnenberger.

Luzerna:


Data: 26 de abril (abertura)
Local: Auditório da E.E.B. Padre Nóbrega;
Horário: 14h30min;
Contato: Professora Darlyn.

Videira:


Data: 27 de abril;
Local: E.E.B. Esther Crema Marmentini;
Horário: 8h30min;
Contato: Professora Dandy Santos.

Data: 27 de abril;
Local: Auditório IFC Videira;
Horário: 14h00min;
Contato: Professor Davi.

Fraiburgo:


Data: 28 de abril;
Local: Auditório do IFC Fraiburgo;
Horário: 8h30min;
Contato: Professor Luiz e Professor Rodrigo.

Data: 28 de abril;
Local: Recanto Caboclo (Taquarussu do Bonsucesso);
Horário: 19h30min;
Contato: Professora Alzira Prates.

Monte Castelo:


Data: 29 de abril;
Local: Centro de Eventos Ivo Moreira;
Horário: 19h40min(depois da missa);
Contato: Professor Erick.

São Bento do Sul:


Data: 30 de abril (Enceramento);
Local: Comunidade Alto da Glória;
Horário: 15h00min;
Contato: Jaciara Machuga.

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Rudolfo Auffinger

Rudolfo é artista audiovisual e se dedica a pensar e criar acervos de filmes e sua relação com a escola.

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09/05

(quinta)

Comunidade Remanescene de Quilombo

TOCA-SANTA CRUZ

19h
Paulo Lopes/SC
Casa de Verônica e Jorge

🎦 Filmes da sessão:

A luta de um
quilombola polinário
2023 • 4min • Livre

Kaingang, herdeiros da teimosia
2015 • 17min • Livre

Sobreviventes de Taquaruçu – Guerra do Contestado
1985 • 8min • Livre

Sonhos de um negro
2005 • 8min • Livre

Mulheres da Terra
2010 • 22min • Livre

Debate após sessão
Convidados: Allison Marcelino e Rafael da Silva Marcelino

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