Mostra Chica Pelega de Cinema

OFICINA DE CINEMA

O minuto que foi

O fazer cinema tem sido historicamente coisa da elite. Com muita luta e a criação de políticas públicas a cara de quem faz cinema hoje no Brasil vem mudando gradualmente. A cada ano mais e mais pessoas e grupos historicamente excluídos conseguem furar a bolha e fazer seus filmes. E é com o objetivo de cada mais vez furar essa grande bolha que recebi o convite da Mostra Chica Pelega de Cinema – edição quilombola para compartilhar as experiencias acumuladas na minha caminhada no cinema com as Comunidades Remanescentes dos Quilombos Ivernada dos negros – Campos Novos/SC e Campo dos Poli – Fraiburgo/SC.

Dois finais de semana parece pouco, mas foi o suficiente para os participantes planejarem e produzirem seus próprios filmes. Ter a possibilidade de ver cada um deles trazendo sua potente experiência de vida nas conversas, discussões e depois impresso nos filmes produzidos, me faz continuar acreditando que é possível sim, furar essa bolha e que nós somos capazes e precisamos contar nossas histórias por nós mesmos.

Fico feliz e sou grato pelo acolhimento que recebi, pelas trocas intensas e os aprendizados ancestrais carregados pelo povo quilombola. Tenho a certeza que estes serão talvez, os primeiros de tantos outros filmes que serão produzidos por eles e que desejo tenham longa vida mudo afora.

Yasser Socarrás González

Realizador audiovisual, professor e pesquisador, Yasser é formado pelo Instituto Superior de Arte (Cuba), Mestre em Antropologia Social pela UFSC (Brasil) com a pesquisa Je est un autre: a construção da invisibilidade negra no cinema cubano produzido pelo ICAIC. Ele ainda é membro do Núcleo de Estudos de Identidades e Relações Interétnicas – NUER / UFSC. Atualmente trabalha como produtor, roteirista e diretor na Filmes de Apartamento, da qual é sócio-fundador.

FILMES PRODUZIDOS NAS OFICINAS

Fazer Quilombola

A categoria “Fazer Quilombola” exibe os três filmes resultantes das oficinas de cinema “O minuto que foi” mediada pelo cineasta Yasser Socarrás González como contrapartida da realização da mostra. As três narrativas trazem, em poucos minutos, questões de vivências dos remanescentes quilombolas no Oeste e Serra de Santa Catarina, produzidos por integrantes das comunidades remanescentes dos quilombos Invernada do Negros e Campo dos Poli.

FOTOS MAKING OF

INVERNADA DOS NEGROS, CAMPOS NOVOS

CAMPO DOS POLI, FRAIBURGO

Perguntas Frequentes

Luta e resistência - Invernada dos negros

2023 • 3min • Livre

Sinopse

Para viver na comunidade quilombola Invernada dos Negros se exige muita luta e resistência, principalmente para a realização dos sonhos de seus moradores. Sonhos estes, que há muito tempo são idealizados , sonhos que seus ancestrais tinham e não conseguiram realizar. Com o passar dos tempos novas famílias quilombolas foram se formando e chegando na comunidade, trazendo com elas o desejo de plantar, produzir e construir suas moradas, para então assim, mostrar que com luta e muita resiliência é possível realizar suas metas traçadas. O filme foi realizado a partir da oficina “O minuto que foi” ministrada por Yasser González como parte da programação da 3ª Mostra de Cinema Chica Pelega – edição quilombola.

A luta de um quilombola polinário

2023 • 4min • Livre

Sinopse

O filme retrata brevemente a luta de remanescentes do quilombo do Campo dos Poli, em Fraiburgo/SC. Cristiane Goulart é quilombola e conta sobre memórias que tem de seus avós e da família com a retirada do território, Alessandro Pereira, seu companheiro complementa expondo a situação da educação quilombola e os desafios enfrentados por eles. Além do casal, João Carlos Rodrigues, membro da APAFEC participa com suas considerações sobre a luta. O filme foi realizado a partir da oficina “O minuto que foi” ministrada por Yasser González como parte da programação da 3ª Mostra de Cinema Chica Pelega – edição quilombola.

Nos batuques dos tambores: o sonho de muitos

2023 • 3min • Livre

Sinopse

Somos o continuar da história de nossos ancestrais, e a esperança de nossos filhos. A vida aos poucos vai nos ensinando uma verdade fundamental: Sonhos, luta e resistência é o que nos fará chegar ao final do caminho com sucesso. Os “griots” lê-se griôs são considerados bibliotecas vivas de todas as histórias. Histórias que são passadas de uma geração à outra, através da “tradição oral”, ou seja, pela fala e oralidade, e não pela escrita. Assim, os griôs guardam e passam memórias, sonhos, e ensinamentos que unem idosos, adultos e crianças, interligando passado, presente e futuro. Os griôs africanos contam, cantam, tocam instrumentos musicais e dramatizam as histórias que narram. Por isso, também são considerados artistas completos. O filme foi realizado a partir da oficina “O minuto que foi” ministrada por Yasser Socarrás como parte da programação da 3ª Mostra de Cinema Chica Pelega – edição quilombola.

09/05

(quinta)

Comunidade Remanescene de Quilombo

TOCA-SANTA CRUZ

19h
Paulo Lopes/SC
Casa de Verônica e Jorge

🎦 Filmes da sessão:

A luta de um
quilombola polinário
2023 • 4min • Livre

Kaingang, herdeiros da teimosia
2015 • 17min • Livre

Sobreviventes de Taquaruçu – Guerra do Contestado
1985 • 8min • Livre

Sonhos de um negro
2005 • 8min • Livre

Mulheres da Terra
2010 • 22min • Livre

Debate após sessão
Convidados: Allison Marcelino e Rafael da Silva Marcelino

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