Mostra Chica Pelega de Cinema

Comissão Quilombola de Curadoria

A curadoria é responsável por assistir, selecionar os filmes e planejar a programação da Mostra e do Circuito, ela é formada por remanescentes quilombolas e pensadores da cultura de Santa Catarina.

comissão quilombola de curadoria 3ª mostra de cinema chica pelega - edição quilombola

Alessandro

É chapeador e tesoureiro da Comunidade Quilombola Campo dos Poli. Responsável pelo financeiro da comunidade e também pela organização da educação, é casado com Cristiane e têm cinco filhos.

comissão quilombola de curadoria 3ª mostra de cinema chica pelega - edição quilombola

Bete Quilombola

Remanescente do Quilombo Invernada dos Negros, filha de Sebastião Alves de Lima e Minervina Alves de Lima, neta de Maria Verginia da Silva, bisneta de Maria Veneranda Hipolito Caripuna e tataraneta da Damasia, uma das escravizadas da Comunidade Quilombola Invernada dos Negros. Como mulher negra e pedagoga luto diariamente para que a comunidade tenha acesso às políticas públicas e uma educação de qualidade. Participo desde menina da luta para que as amarras sociais se quebrem e enfim possamos ser protagonistas da nossa história.

comissão quilombola de curadoria 3ª mostra de cinema chica pelega - edição quilombola

Edson Camargo

Trabalhou no comércio de Campos Novos e na política municipal buscando formas de melhorar a vida do povo local. Sempre buscou o resgate das origens de sua família, a partir de 20 de novembro de 2015 se tornou a principal liderança da comunidade Invernada dos Negros atuando contra o agronegócio que se expandia na sua comunidade. Junto do Movimento Negro Unificado de SC, buscou conhecimento estando em diversas oportunidades em Florianópolis, Brasília, Bahia e vários outros estados brasileiros estendendo a luta da comunidade a nível nacional e internacional, levando e conhecendo lideranças de vários países para intercâmbio e troca de experiências, mas principalmente levando esperança às comunidades Quilombolas de Santa Catarina.

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Jane

Descendente de escravizados, filha de Beatriz Fernandes Ribeiro e Alzemiro Fernandes, já participou por dois mandatos da diretoria da Associação Remanescentes Quilombolas seguindo os passos de sua mãe que participava diretamente e igualmente sempre estando envolvida com a comunidade e seus projetos sociais e culturais. Luta diariamente para que a comunidade quilombola tenha visibilidade e para que as famílias mais carentes sejam amparadas pelo governo. Tem muito orgulho de ser descendente pela luta e também pela força que a ancestralidade traz e quer que as histórias de sua comunidade sejam contadas.

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Rafaell

Atualmente cursa Artes Cênicas na Universidade Federal de Santa Catarina. Durante os anos tem desenvolvido trabalhos de maneira autônoma na área de edição de vídeos, fotos, criação de conteúdo digital em que foi responsável por toda parte audiovisual de diversos projetos, entre eles em estúdio de fotografia. Adquiriu também, vasta experiência na parte de roteiro, fotografia, sonorização, direção e edição de filmes, atuando em projetos sociais, dirigindo, filmando e editando dois curtas metragens. Sua principal habilidade é a capacidade de desenvolver projetos, escrever roteiros, dirigir sets de filmagens, desenvolver um pensamento de montagem em cinema nos mais diversos formatos audiovisuais.

comissão quilombola de curadoria 3ª mostra de cinema chica pelega edição quilombola pupilo tv pupilo play

Vanda Pinedo

Natural de Pedro Osório/RS e residente em SC, desde 1994, é mãe de Odu Keomy Gomes Pinedo e candomblecista de Nação Angola. Professora, aposentada da Rede Estadual de Educação, com Licenciatura Plena e Especialização em Plena Educação Física Escolar. Atualmente, é professora contratada da Rede Estadual na Educação Quilombola - Modalidade EJA. Também é Militante do Movimento Negro Unificado/SC, integrante do Fórum das Religiões de Matriz Africana de Florianópolis e Região, membra do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional, secretária estadual de Combate ao Racismo do PT/SC, integrante da Velha guarda da Unidos da Coloninha, faz parte do Grupo Musical Pastorinhas e é integrante e vocalista do Bloco Africatarina.

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Alessandro

É chapeador e tesoureiro da Comunidade Quilombola Campo dos Poli. Responsável pelo financeiro da comunidade e também pela organização da educação, é casado com Cristiane e têm cinco filhos.

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Bete Quilombola

Remanescente do Quilombo Invernada dos Negros, filha de Sebastião Alves de Lima e Minervina Alves de Lima, neta de Maria Verginia da Silva, bisneta de Maria Veneranda Hipolito Caripuna e tataraneta da Damasia, uma das escravizadas da Comunidade Quilombola Invernada dos Negros. Como mulher negra e pedagoga luto diariamente para que a comunidade tenha acesso às políticas públicas e uma educação de qualidade. Participo desde menina da luta para que as amarras sociais se quebrem e enfim possamos ser protagonistas da nossa história.

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Edson Camargo

Trabalhou no comércio de Campos Novos e na política municipal buscando formas de melhorar a vida do povo local. Sempre buscou o resgate das origens de sua família, a partir de 20 de novembro de 2015 se tornou a principal liderança da comunidade Invernada dos Negros atuando contra o agronegócio que se expandia na sua comunidade. Junto do Movimento Negro Unificado de SC, buscou conhecimento estando em diversas oportunidades em Florianópolis, Brasília, Bahia e vários outros estados brasileiros estendendo a luta da comunidade a nível nacional e internacional, levando e conhecendo lideranças de vários países para intercâmbio e troca de experiências, mas principalmente levando esperança às comunidades Quilombolas de Santa Catarina.

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Jane

Descendente de escravizados, filha de Beatriz Fernandes Ribeiro e Alzemiro Fernandes, já participou por dois mandatos da diretoria da Associação Remanescentes Quilombolas seguindo os passos de sua mãe que participava diretamente e igualmente sempre estando envolvida com a comunidade e seus projetos sociais e culturais. Luta diariamente para que a comunidade quilombola tenha visibilidade e para que as famílias mais carentes sejam amparadas pelo governo. Tem muito orgulho de ser descendente pela luta e também pela força que a ancestralidade traz e quer que as histórias de sua comunidade sejam contadas.

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Rafaell

Atualmente cursa Artes Cênicas na Universidade Federal de Santa Catarina. Durante os anos tem desenvolvido trabalhos de maneira autônoma na área de edição de vídeos, fotos, criação de conteúdo digital em que foi responsável por toda parte audiovisual de diversos projetos, entre eles em estúdio de fotografia. Adquiriu também, vasta experiência na parte de roteiro, fotografia, sonorização, direção e edição de filmes, atuando em projetos sociais, dirigindo, filmando e editando dois curtas metragens. Sua principal habilidade é a capacidade de desenvolver projetos, escrever roteiros, dirigir sets de filmagens, desenvolver um pensamento de montagem em cinema nos mais diversos formatos audiovisuais.

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Vanda Pinedo

Natural de Pedro Osório/RS e residente em SC, desde 1994, é mãe de Odu Keomy Gomes Pinedo e candomblecista de Nação Angola. Professora, aposentada da Rede Estadual de Educação, com Licenciatura Plena e Especialização em Plena Educação Física Escolar. Atualmente, é professora contratada da Rede Estadual na Educação Quilombola - Modalidade EJA. Também é Militante do Movimento Negro Unificado/SC, integrante do Fórum das Religiões de Matriz Africana de Florianópolis e Região, membra do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional, secretária estadual de Combate ao Racismo do PT/SC, integrante da Velha guarda da Unidos da Coloninha, faz parte do Grupo Musical Pastorinhas e é integrante e vocalista do Bloco Africatarina.

A Históra de um lugar

Texto de curadoria da comissão quilombola.

A Mostra de Cinema Chica Pelega surge no contexto catarinense, no espaço chamado de Vale do Contestado. Hoje, mais do que nunca, é importante pensar de forma contemporânea no que significam os resquícios não só do conflito do Contestado, mas também do que o antecede, na história colonial do Estado de Santa Catarina.

Além da história do lugar é importante pensar nesse contexto e na ideia da auto identificação quilombola e cabocla, não como se tivesse escamoteando uma identidade negra ou indígena que permeia no meio Oeste catarinense, uma região extremamente racista, mas pensar de que forma nós podemos avançar nesses conceitos e nessa auto identificação em todas as vezes que nos deparamos com as falas descontextualizadas da realidade e história indígenas em suas diversas etnias ou de remanescentes de comunidades quilombolas.

O que fica escondido neste codinome de caboclo? O que fica escondido na história? Nesta invisibilidade que reforçam e legitimam os conflitos que a negritude e povos indígenas e demais povos ciganos não fazem parte deste contexto vivem cotidianamente. Para estar nesse lugar, é preciso que estejamos nele identificado e trazendo o nossos processos identitários, como nos constituímos enquanto povos originários e povos africanos.

As identidades indígenas e negras de Santa Catarina foram apagadas e de forma proposital, o que quer dizer que elas não foram simplesmente invisibilizadas, elas foram apagadas, tal como estabelece o pensamento da eugenia e limpeza étnico cultural. A ponto que quando você chega em um outro estado que não seja da região Sul, as pessoas se espantam:

“Como assim, tem quilombo?”
“Tem indígenas em Santa Catarina?”
“Como as pessoas negras estão colocadas nesse contexto?”

Então, quando encontramos a possibilidade de trazer à tona e de se fazer refletir sobre esse apagamento, esse racismo, essas violências, essas identidades que estão nesse estado, é uma possibilidade de avançar sobre as discussões. É uma possibilidade de colocar no cenário do debate as discussões que foram negadas, violentadas, tudo isso nós que vivemos até hoje. Esses cenários são muito potentes, muito importantes não só pelas questões que marcam o sofrimento dos povos, mas também para retomar práticas, lembrar elementos da cultura, a capoeira, os cantos religiosos, as sabedorias mantidas por pessoas mais velhas. E essa possibilidade aparece aqui utilizando o cinema como ferramenta, como uma linguagem possível para dar visibilidade e gerar conhecimento. Por isso, criamos a Comissão Quilombola de Curadoria e desenvolvemos um diálogo que pudesse ampliar os filmes sobre o Contestado, trazendo outras histórias de figuras negras pelas quais as comunidades se identificam em seus passados históricos e nos seus acontecimentos presentes, em seus contextos menores de comunidades e também em suas lutas maiores, nas semelhanças com outros contextos do país.

A Comissão iniciou seu trabalho em janeiro de 2023 e contou com integrantes de que vivem em diferentes regiões de Santa Catarina: Alessandro Pereira, de Fraiburgo onde está localizada a Comunidade de Campo dos Poli, Edson Camargo e Elizabete Aparecida de Lima (Bete Quilombola), da Comunidade de Invernada dos Negros em Campos Novos, Rosane Fernandes Ribeiro Paes (Jane) que está entre essas duas comunidades na cidade de Monte Carlo e Rafaell Marcelino, jovem academico da Comunidade Toca Santa Cruz, Paulo Lopes, e eu, Vanda Pinedo, que represento o MNU - Movimento Negro Unificado/SC, entidade de luta e combate ao racismo que mobiliza e constrói a luta pelo territorios quilombolas com as comunidades de remanescentes quilombolas em Santa Catarina desde 2004. Foram diferentes reuniões, assistimos a muitos filmes a fim de selecionarmos 28 deles para compor a programação, que fosse coerente com nossos anseios e multiplicidade de visões de mundo que permeiam as comunidades quilombolas.

Na tentativa de compreender a mostra e analisar os filmes importantes para a seleção final, buscamos algo concreto que pudesse trazer algo da realidade da luta quilombola no Brasil, do Contestado e das questões do estado de Santa Catarina com diversas perspectivas. A luta dos povos indígenas também precisava estar presente pela forma como se organizam e promovem sua resistência. Ao pensar essas diferenciações na seleção, mostrar essas diferenças de lutas e de resistências pelo território, organizamos os filmes através de divisões em seis categorias curatoriais.

Na categoria Resistência SC, apresentamos as narrativas catarinenses do passado e do presente que norteiam as resistências diárias das populações remanescentes de quilombolas.

O que é um quilombo? Quem são os quilombolas? Quais os fazeres e saberes que permeiam essas relações? Quilombos no plural agrupa produções de diferentes regiões e traz as realidades diversificadas das comunidades quilombolas espalhadas pelo Brasil para responder essas e outras questões.

Visões do mundo ancestral reúne os simbolismos existentes no viver e conviver indígena. Nos filmes dessa categoria, podemos compreender elementos significativos, o existir e resistir dos povos originários.

Em Memórias vivas a proposta é dar visibilidade às pessoas e os desdobramentos contemporâneos da Guerra do Contestado. Quando se vive um conflito, quais são as memórias e realidades resultantes disso? Uma temática que atravessa passado e presente.

As lutas pelo bem da coletividade são gestadas, cuidadas e alimentadas como uma criança a ser direcionada para uma vida de prosperidade e alegria. O eixo Raízes em cena foca no papel das mulheres como genitoras, protagonistas e articuladoras da luta em diferentes cenários.

Assistir a essa seleção de filmes e até mesmo os filmes que não foram selecionados, foi uma experiência preciosa. O conteúdo da programação foi pensado com o cuidado de fazer com que as pessoas estejam interessadas e motivadas em assistir porque isso vai ter a ver com a vida delas, seja a vida cotidiana, a vida de cultura ou de lazer.

As escolhas também foram feitas com o compromisso de tirar a comunidade quilombola e indígena desse lugar apenas de sofrimento. A luta é sim árdua, mas não é só isso, tem o lado dos encontros, do lazer, dos desafios e das experiências. A luta como um todo vira história, se transforma em arte, cultura, e pode num outro momento servir de perspectiva para outras comunidades acompanharem o que está acontecendo e como outras comunidades estão participando.

A proposta de realizar a mostra e os circuitos de forma online veio com o intuito de alcançar, além dos locais que receberiam as sessões presenciais, as Comunidades Remanescentes dos Quilombos Invernada dos Negros e Campo dos Poli possibilitando que outras comunidades pudessem acompanhar os movimentos e trabalhos que essas duas comunidades do meio Oeste e Serra catarinense estão fazendo para estimular o conhecer outros pontos de vista e perspectivas da cultura. Com um link nos comunicamos com pessoas de outros estados e até países.

Vanda Pinedo
Membra da Comissão Quilombola de Curadoria
MNU - Movimento Negro Unificado de Santa Catarina

09/05

(quinta)

Comunidade Remanescene de Quilombo

TOCA-SANTA CRUZ

19h
Paulo Lopes/SC
Casa de Verônica e Jorge

🎦 Filmes da sessão:

A luta de um
quilombola polinário
2023 • 4min • Livre

Kaingang, herdeiros da teimosia
2015 • 17min • Livre

Sobreviventes de Taquaruçu – Guerra do Contestado
1985 • 8min • Livre

Sonhos de um negro
2005 • 8min • Livre

Mulheres da Terra
2010 • 22min • Livre

Debate após sessão
Convidados: Allison Marcelino e Rafael da Silva Marcelino

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