Autor: Keythe Tavares

About Keythe Tavares

Bem do meio do cerrado, nascida no Goiás e criada no Tocantins. É poeta, colagista e videoartista. Tem formação em jornalismo.

Conheça a Comunidade Remanescente de Quilombo Caldas do Cubatão

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A primeira parada do Circuito de Cinema Chica Pelega é dia 08 de maio, quarta-feira, na Comunidade Remanescente de Quilombo Caldas de Cubatão, Santo Amaro da Imperatriz/SC. A sessão acontece às 19h no Salão Paroquial Frei Hugolino.

Conheça um pouco da história de Caldas do Cubatão:

De acordo com os relatos de integrantes da comunidade à Fundação Cultural Palmares, seus ancestrais eram africanos escravizados (entre eles Marco Manoel Vieira, Ignácio Antonio da Silva, Francisco Maximiano, Miguel de Souza, Francisco Tolentino Lemos), trazidos para cultivar as terras dos seus senhores e alguns destes especialmente para a construção da estância termal em Santo Amaro da Imperatriz, uma vez que as águas termais foram descobertas no início do século XIX.

Os filhos desses indivíduos nasceram em Santo Amaro da Imperatriz, Águas Mornas, Anitápolis e São José, tendo sido registrados em Palhoça e Santo Amaro da Imperatriz. Como meio de sustento, trabalhavam nas roças, na queima de carvão, na elaboração de artesanato em palha, como empregados domésticos e como lavadeiras. Cultivavam milho, cana de açúcar, café e mandioca, usando engenhos e alambiques de terceiros. Em decorrência das dificuldades de sobrevivência, algumas famílias se dispersaram para outras cidades e seus terrenos foram ocupados por posseiros.


Atualmente a comunidade une esforços e luta incansável pela demarcação das terras pertencentes aos seus ancestrais e em definitivo pela titulação das mesmas. Motivo de muito orgulho, a educação quilombola já é uma realidade na comunidade, apesar das muitas dificuldades enfrentadas desde a sua implantação.

A comunidade é certificada pelo decreto presidencial número: 4887/2003 e portaria da fundação cultural palmares número: 98/2007.

Nos acompanhe no instagram para saber mais sobre o Circuito de Cinema Chica Pelega.

Live no YouTube reúne lideranças quilombolas e cineasta ministrante da oficina de cinema realizada em maio nas comunidades

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O ao vivo Luta Quilombola na Mostra de Cinema Chica Pelega, mediado por Edson Lopes Camargo, aconteceu no sábado, 15/07, no canal do YouTube da Pupilo TV. Na programação foram exibidos os três filmes produzidos pelas Comunidades Remanescentes dos Quilombos Invernada dos Negros e Campo dos Poli durante a oficina O minuto que foi, ministrada pelo cineasta Yasser Socarrás González. A oficina foi uma contrapartida da mostra e durante dois dias, Yasser compartilhou com cada comunidade conhecimentos teóricos e práticos sobre o fazer de um filme.

Logo após a exibição dos filmes, lideranças das comunidades conversaram com Yasser sobre os processos durante a realização das oficinas e como foi viver essa experiência. Foi um encontro riquíssimo e deixamos o ao vivo abaixo para você conferir essa conversa cheia de troca de conhecimento.

comissão quilombola de curadoria 3ª mostra de cinema chica pelega - edição quilombola

Sobre Edson Lopes Camargo
Trabalhou no comércio de Campos Novos e na política municipal buscando formas de melhorar a vida do povo local. Sempre buscou o resgate das origens de sua família, a partir de 20 de novembro de 2015 se tornou a principal liderança da comunidade Invernada dos Negros atuando contra o agronegócio que se expandia na sua comunidade. Junto do Movimento Negro Unificado de SC, buscou conhecimento estando em diversas oportunidades em Florianópolis, Brasília, Bahia e vários outros estados brasileiros estendendo a luta da comunidade a nível nacional e internacional, levando e conhecendo lideranças de vários países para intercâmbio e troca de experiências, mas principalmente levando esperança às comunidades Quilombolas de Santa Catarina.

A mostra também acontece online durante o mês de julho e você pode assistir da sua casa e gratuitamente aos 28 filmes que compõem a programação. Acesse chicapelega.com.br, clique em assistir e faça login!

Mostra exibe seleção de filmes na Comunidade Remanescente do Quilombo Invernada dos Negros

3ª mostra de cinema chica pelega edição quilombola campos novos invernada dos negros janela verde fotografia

A Comunidade Remanescente do Quilombo Invernada dos Negros recebeu a mostra de braços abertos e ainda estamos processando a noite de sexta, 14 de jullho. Exibimos seis filmes, sendo três deles produzidos pela própria comunidade durante a oficina de cinema “O minuto que foi” ministrada pelo cineasta Yasser S. González, no mês de maio, e entregamos os certificados de participação da oficina. Foi uma noite histórica de muita emoção, diálogo e trocas. Agradecemos a comunidade pelo carinho e recepção. Já estamos com saudade. Agradecemos especialmente à Elizabete Aparecida De Lima Fagundes pelos esforços para que a sessão acontecesse. Deixamos aqui um gostinho do que foi a sessão.

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Fotos por Janela Verde fotografia

A mostra também acontece online durante o mês de julho e você pode assistir da sua casa e gratuitamente aos 28 filmes que compõem a programação. Acesse chicapelega.com.br, clique em assistir e faça login!

Sessão presencial da mostra chega a Monte Carlo

3ª mostra de cinema chica pelega edição quilombola monte carlo Janela Verde fotografia

Nossa noite de mostra em Monte Carlo, no dia 12/07, foi repleta de aprendizados, diálogos e conexões. Agradecemos especialmente à Rosani Fernandes Paes, Edson Lopes Camargo, Alzira Prates (Grupo Cultural Renascença Cabocla) que enriqueceram nosso debate, a toda Eeb Erci Dick onde aconteceu a sessão e à secretária de educação de Monte Carlo, Alessandra Deon. Obrigada por tanto carinho compartilhado, Monte Carlo!

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Fotos por Janela Verde fotografia

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Capinzal recebe a mostra presencial com sessões exclusivas para estudantes da rede municipal

3ª mostra de cinema chica pelega edição quilombola capinzal Janela Verde fotografia

Na segunda e na terça (10 e 11/07), tivemos sessões exclusivas para os estudantes da Escola Municipal Viver e Conhecer, Escola Municipal Ivo Silveira, Escola Municipal Vilson Pedro Kleinubing e Escola Municipal Ernesto Hachmann. Muito obrigada Edson Lopes Camargo pelas reflexões no debate e Tati Riffel e Vanessa Mattos pela oportunidade de compartilharmos o projeto com a comunidade escolar de Capinzal. Confira um pouquinho de como foram as sessões!

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Fotos por Janela Verde fotografia

A mostra também acontece online durante o mês de julho e você pode assistir da sua casa e gratuitamente aos 28 filmes que compõem a programação. Acesse chicapelega.com.br, clique em assistir e faça login!

Confira o primeiro dia de sessão presencial da 3ª Mostra de Cinema Chica Pelega – edição quilombola em Fraiburgo

3ª mostra de cinema chica pelega edição quilombola Fraiburgo Janela Verde fotografia

A Mostra de Cinema Chica Pelega é um espaço para trocas de vivências e informações e a noite de ontem (07/07) foi exatamente assim, muito cinema e debate. Fraiburgo, foi lindo e com um carinho imenso! Deixamos aqui, um agradecimento especial à diretora Jane Borges e às colaboradoras da cozinha: Aline Weber, Lucimar e Rosana. Na quarta (12/07) tem mais mostra presencial, dessa vez em Monte Carlo, no seguinte local: E.E.B.M. Erci Dick, Rua Joaquim Corrêa de Melo, 214, Centro. Já estamos ansiosos e prontos pra mais uma sessão de filmes poderosos.

A mostra também acontece online durante o mês de julho e você pode assistir da sua casa e gratuitamente aos 28 filmes que compõem a programação. Acesse chicapelega.com.br, clique em assistir, faça login e pronto!

Projeto Cultural selecionado pelo Prêmio Elisabete Anderle de Apoio à Cultura – Edição 2022, executado com recursos do Governo do Estado de Santa Catarina, por meio da Fundação Catarinense da Cultura. Processo FCC 2920/2022.

Exibição online do filme Disque Quilombola, de David Reeks, marca o início da 3ª Mostra de Cinema Chica Pelega

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Aconteceu ontem online a sessão de abertura da 3ª Mostra de Cinema Chica Pelega – edição quilombola. Na programação exibimos o filme “Disque Quilombola”, de Davis Reeks, seguido de uma conversa com lideranças quilombolas e parte da Comissão Quilombola de Curadoria, responsável pela escolha da programação desta edição. O evento também marcou o início da programação online da mostra que fica disponível durante o mês de julho na Pupilo Play. Teremos também sessões presenciais, para saber quais as cidades que receberão a mostra e conferir a programação é só acessar o site chicapelega.com.br.

Participantes do ao vivo:

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Sinclair Biazotti – Mediadora
É pedagoga educacional. Atuou como professora na educação infantil, como orientadora na educação infantil, ensino fundamental I, ensino fundamental II e ensino médio. Tutora no curso de Pedagogia da UDESC, tutora no curso de formação para profissionais da educação: Implementação da Política de Educação para as Relações Étnico-Raciais em Santa Catarina convênio SED/NEAB/UDESC e produtora cultural em diversos projetos culturais.

Vanda Pinedo – Integrante da Comissão Quilombola de Curadoria
Natural de Pedro Osório/RS e residente em SC, desde 1994, é mãe de Odu Keomy Gomes Pinedo e candomblecista de Nação Angola. Professora, aposentada da Rede Estadual de Educação, com Licenciatura Plena e Especialização em Plena Educação Física Escolar. Atualmente, é professora contratada da Rede Estadual na Educação Quilombola – Modalidade EJA. Também é Militante do Movimento Negro Unificado/SC, integrante do Fórum das Religiões de Matriz Africana de Florianópolis e Região, membra do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional, secretária estadual de Combate ao Racismo do PT/SC, integrante da Velha guarda da Unidos da Coloninha, faz parte do Grupo Musical Pastorinhas e é integrante e vocalista do Bloco Africatarina.

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Lu Kilombola
Liderança da comunidade Aldeia (Garopaba-Imbituba), Coordenadora Estadual das Comunidades Remanescentes de Quilombos de Santa Catarina – CECREQ/SC, militante do Movimento Negro Unificado – MNU/SC, graduada em Serviço Social pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), educadora quilombola, mãe de Lukeni e Mazulu, poetisa, colunista do jornal Correio da Praia.

Se você perdeu a sessão de abertura ou se quiser assistir novamente, deixamos aqui o replay da sessão.

Conheça a identidade visual da 3ª Mostra de Cinema Chica Pelega – edição quilombola

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Breves palavras sobre a nossa identidade visual como provocação para um olhar detalhado para a cultura quilombola do meio oeste catarinense

Quando pensamos na identidade visual desta edição da mostra, consideramos a riqueza e a importância da visualidade que compõe a cultura e a formação da história dos quilombos da região do Contestado. Partimos da colagem criada pela artista Kika Chmura para a segunda edição, acrescentamos ícones que representam as comunidades quilombolas e adaptamos as imagens com aspectos mais gráficos. Sob a consultoria da Comissão Quilombola de Curadoria, de Vanda Pinedo, da professora Luana Fadani e da pesquisa de uma de nossas produtoras, Pâmela Enmerich, iniciamos esse diálogo e o processo das mudanças necessárias para a nova identidade. A designer Magalhãez foi quem reuniu todas as ideias e traduziu para a identidade final que vocês podem conferir em nossas peças gráficas, redes e no site.

Nas imagens abaixo, você vai encontrar alguns significados dos elementos que estão presentes na identidade visual deste ano.

MULHER

A mulher que carrega o nome da mostra é Chica Pelega, nesta edição representa a população quilombola. A existência de Chica é, historicamente, posterior à formação dos quilombos, e o que aproxima esses dois acontecimentos é a luta pela terra, paz e liberdade A jovem líder, com nome de Francisca Roberta defendeu seu povo e sua terra em uma das maiores disputas de território do país, o conflito do Contestado, permanece na história como uma lenda, da qual não se tem registro de como era sua aparência, o que nos permite imaginá-la de diferentes maneiras a partir de sua personalidade cheia de força, determinação e coragem.

Nesta representação, ela segura uma cabaça ou porongo, item com diversos usos para a população quilombola. A cabaça é um fruto que traz em si utilidades cotidianas, em cerimônias religiosas, na arte, na música e pode nos surpreender sempre com seus múltiplos usos e sentidos. as partes de um universo amplo de práticas e tradições culturais da população quilombola e também indígena, tendo sua origem apontada para a África¹.

Podemos citar alguns dos usos como recipiente para líquidos, tigelas, cumbucas, na fabricação de instrumentos musicais como atabaques, maracás, chocalhos, xequerês, berimbaus dentre muitos outros. Na região do Contestado assim como em todo sul do nosso país, a cabaça é passada de mão em mão na forma de cuia onde carrega o chimarrão, bebida à base de erva-mate, uma herança indígena tão popular e consumida por todos, que muitas pessoas não fazem a menor ideia de sua origem ou do hábito de uso. 

Se a natureza, conforme sugeriu o antropólogo Claude Lévi-Strauss, constitui uma fonte inegável de recursos materiais, assim como um objeto de pensamento que se presta às mais ricas possibilidades, então a cabaça, em suas várias formas de ocorrência no território brasileiro, é, sem dúvida, um fruto bom para usar, mas também para pensar.²

MULHER Cortada cabaca
lagrimas de nossa senhora 1

Uma pulseira de lágrima-de-nossa-senhora adorna o pulso da mulher, planta que carrega outros nomes também: capim-de-contas, contas-de-rosário, lágrima-de-jó, capim-rosário, capim-missanga, capiá, biurá, biuri… Muito popular entre quilombolas, indígenas e população rural, é utilizada de diversas formas. Na medicina nativa e ancestral é usada desde o caule até seus frutos que podem ser também alimento, na forma de uma farinha nutritiva para preparo de pães, biscoitos e também outros pratos como sopas e mingaus. A forma mais conhecida dos frutos/sementes é na confecção de terços, adornos como pulseiras, braceletes, colares, objetos de arte e instrumentos musicais. 

A terra que ocupa a imagem de ponta a ponta é a razão de tudo. É por ela que a luta se fez e ainda acontece, ela é caminho para a emancipação de pessoas e para a transformação social. Quilombolas, indígenas, imigrantes e remanescentes do conflito do Contestado compartilham, em suas devidas proporções, da luta pelo reconhecimento do território que há muito habitam.

MONTANHA BEGE VERDE
ARAUCARIA VERDE222222

Araucárias firmes se erguem imponentes e inconfundíveis sobre as montanhas,. Com cerca de 200 milhões de anos, ela pode passar de 50 metros de altura e sua casca pode chegar até 18 centímetros de espessura. No Brasil, é encontrada majoritariamente na região sul, sendo através dos anos uma fonte essencial de cultura e alimento para povos originários e quilombolas. Suas folhas e cascas são utilizadas em rituais e práticas da medicina natural, já suas sementes comestíveis, os pinhões, são alimento nutritivo para pessoas e animais. É preciso pontuar que essa árvore lendária ocupa atualmente 3% de sua área original e corre risco de ser extinta como resultado da ignorância humana até 2070³. Conhecida como árvore do tempo dos dinossauros ou árvore fóssil, a araucária sem dúvida simboliza a cultura quilombola da região do Contestado por sua resistência, força e relevância. 

Outros elementos foram usados de apoio na composição de peças para a mostra. O primeiro deles é a pinha. A araucária não tem fruta, ela produz a pinha, podendo pesar até um pouco mais de três quilos, que guarda dentro dela até 100 sementes de pinhão, alimento essencial na culinária ancestral quilombola e indígena do meio oeste catarinense. Alguns dos preparos do pinhão são: em sopas, assado na chapa, como entrevero onde ele é misturado com carnes e preparado em disco de arado, cozido em água ou na famosa paçoca de pinhão, antigamente socada no pilão. Os pilões desta região, predominantes nas comunidades quilombolas antigas e atuais e também nos povos originários, são feitos, geralmentes a partir do tronco de árvores,  usados com a finalidade de moer, misturar e descascar alimentos e nos lembrar a subsistência e a prática alimentar rica e ancestral. 

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CESTO VERDE 2

O cesto é feito de bambu taquara, uma espécie nativa exclusiva da América do Sul, é  trançado artesanalmente e tem as mais variadas utilidades possíveis. O bambu taquara é usado em outras artes também como matéria prima para fabricação de ferramentas de trabalho e até como estrutura na construção de casas pelas comunidades quilombolas e povos indígenas. 

Por fim, o  objetivo da identidade visual é disseminar e valorizar a cultura quilombola para que a região do meio oeste catarinense compreenda que a luta quilombola pela terra e pela existência é de todas as pessoas. Conta pra gente o que achou da identidade visual da 3ª Mostra de Cinema Chica Pelega – edição quilombola!

Integrante da Comissão Quilombola de Curadoria participa do bate-papo Rádio UNOESC FM

radio unoesc fm edson entrevista mostra de cinema chica pelega ed quilombola 2023

Edson Camargo, que integra a Comissão Quilombola de Curadoria da 3ª Mostra de Cinema Chica Pelega juntamente com outros líderes e integrantes de comunidades remanescentes de quilombos, esteve na Rádio UNOESC FM 106,7 e conversou com Fernanda Mingori sobre detalhes desta edição da Mostra que acontece agora no mês de julho de 2023. O bate-papo foi riquíssimo e agradecemos Edson e Fernanda pela conversa.

Sobre Edson Camargo

Trabalhou no comércio de Campos Novos e na política municipal buscando formas de melhorar a vida do povo local. Sempre buscou o resgate das origens de sua família, a partir de 20 de novembro de 2015 se tornou a principal liderança da comunidade Invernada dos Negros atuando contra o agronegócio que se expandia na sua comunidade. Junto do Movimento Negro Unificado de SC, buscou conhecimento estando em diversas oportunidades em Florianópolis, Brasília, Bahia e vários outros estados brasileiros estendendo a luta da comunidade a nível nacional e internacional, levando e conhecendo lideranças de vários países para intercâmbio e troca de experiências, mas principalmente levando esperança às comunidades Quilombolas de Santa Catarina.

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3ª Mostra de Cinema Chica Pelega no programa Rede de Inclusão da TV da Assembleia Legislativa do estado de Santa Catarina

Vanda Pinedo 3ª Mostra de Cinema Chica Pelega - edição quilombola no programa Rede de Inclusão da TV da assembleia Legislativa do estado de santa catarina 24-05-23

Vanda Pinedo, que compõe a Comissão Quilombola de Curadoria da 3ª Mostra de Cinema Chica Pelega – edição quilombola, esteve no programa Rede Inclusão da TV Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina. Ela conversou com a apresentadora Michelle Todescatto sobre detalhes desta edição da Mostra que acontecerá logo mais no mês de julho de 2023 e também sobre as comunidades quilombolas tanto do Oeste Catarinense como do Brasil.

comissão quilombola de curadoria 3ª mostra de cinema chica pelega - edição quilombola

Natural de Pedro Osório/RS e residente em SC, desde 1994, é mãe de Odu Keomy Gomes Pinedo e candomblecista de Nação Angola. Professora, aposentada da Rede Estadual de Educação, com Licenciatura Plena e Especialização em Plena Educação Física Escolar. Atualmente, é professora contratada da Rede Estadual na Educação Quilombola – Modalidade EJA. Também é Militante do Movimento Negro Unificado/SC, integrante do Fórum das Religiões de Matriz Africana de Florianópolis e Região, membra do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional, secretária estadual de Combate ao Racismo do PT/SC, integrante da Velha guarda da Unidos da Coloninha, faz parte do Grupo Musical Pastorinhas e é integrante e vocalista do Bloco Africatarina.

Muito obrigada Michelle e Vanda por essa prosa. Acompanhe nossas redes para saber mais sobre o lançamento da mostra!