A 3ª edição da Mostra de Cinema Chica Pelega só seria possível graças a grandes parceiros institucionais que vem trabalhando na reflexão, articulação e programação do evento. Somos muito gratos pelas potencialidades que o projeto ganhou graças aos esforços de:
O Movimento Negro Unificado de Santa Catarina é uma organização que atua no enfrentamento ao racismo há 30 anos no estado catarinense, e 45 anos no Brasil. O maior propósito do MNU é o enfrentamento ao racismo para emancipação e autonomia na luta de combate ao racismo e da população negra.
Hoje uma das principais bandeira de luta é a demarcação e desenvolvimento dos territórios quilombolas rurais e urbanos, assim como das periferias de Santa Catarina, onde se concentra a maior parte da população negra e pobre. Mas já tivemos forte atuação mais incisiva no movimento sindical, educação, juventude, transporte e comunidades e outras pautas nacionais. Nesse contexto, nossa atuação hoje passa de forma mais intensa pela formação de lideranças, pelo fortalecimento da luta pelo território, tendo a educação quilombola como mecanismo para garantir o acesso aos direitos e combater o racismo institucional e estrutural.
Segundo as palavras de Antônio Carlos da Silva, o Carlinhos do MNU, como é conhecido, o MNU em Santa Catarina, tem uma história importante! Que iniciou com um negro argentino chamado Juan Carlos Pinedo Zelaya. Ele que já participava da luta negra desde a Argentina e Uruguai, através da luta contra o Apartheid na África do Sul e Libertação de Mandela, vem para o Brasil com o propósito de intensificar seu compromisso com a luta de combate ao racismo, ação impossível de ser ampliada a partir dos países em que já havia conversado. Por ser o Brasil o maior pais em dimensão geográfica e no contingente populacional de negras e negro, passa pelo Rio G. do Sul e São Paulo , onde conhece o MNU e vem se estabelecer em Santa Catarina com Proposito de criar o MNU. É nas conversas e encontros no Mercado Publico, em que se inicia esta construção. Foram se aproximando de outros e outras negros e negras que tinham o mesmo perfil, a mesma história de luta e queriam fazer alguma coisa para enfrentar a situação vivida de sofrimento do no país.
Isto era início dos anos 90, em março de 1993 o MNU foi formado, a partir de 04 pessoas: Juan Pinedo, Antonio Carlos(Carlinhos) Luiz Domingues e Valdir Cachoeira. Atualmente o MNU é liderado por Luciana Freitas da Silveira, e conta com núcleos em construção em Araranguá e Garopaba. Contribui para a formação e construção sócio política de aproximadamente 10 comunidades quilombolas em SC, e integra como membro consultor a Federação Nacional das Associações Quilombolas.
O Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) é uma entidade, formalmente criada, desde 2003, com a finalidade de auxiliar a Universidade na produção e disseminação do conhecimento por meio do ensino, pesquisa e extensão, no desenvolvimento de políticas de diversidade étnicorracial, promoção de igualdade e valorização das populações e origem africana e indígena.
O NEAB/UDESC a partir do Programa Memorial Antonieta de Barros com suas edições anteriores e demais atividades, ao longo de seus 20 anos, desenvolveu ações de extensão articuladas com o ensino e pesquisa a nível estadual, intercentros. interinstitucional e internacional.
Com a articulação das muitas atividades que foram desenvolvidas ao longo de sua trajetória, o NEAB/UDESC constitui-se como um espaço de interlocução e formação de professores e gestores, de disseminação de debates e estimulação da produção de estudos acerca das experiências históricas e educacionais das populações afrodescendentes no Estado de Santa Catarina; de aproximações do trabalho acadêmico de pesquisadores(as), professores(as) e alunos(as) com as atividades realizadas por instituições da sociedade civil; de debates internos na UDESC e externos sobre a constituição e consolidação de políticas afirmativas; e de referência ao acesso de produções e informações acerca da história da cultura africana, afro-brasileira, afro-catarinense e indígena, legislações e políticas públicas destacando a visibilidade de grupos que desenvolvem trabalhos com afinidade com essas temáticas.
A Associação Paulo Freire de Educação e Cultura Popular – APAFEC – é uma entidade sem fins econômicos, autônoma, sem vínculos com partidos políticos, igrejas ou grupos econômicos. Sustentadas pela solidariedade. Os pilares dos ensinamentos do Pedagogo/filósofo e educador Paulo Freire norteiam as ações da instituição que surgiu na segunda metade de 2002 da preocupação social dos educadores Jilson Carlos Souza, João Ademir Cancilier e Emerson Souza acerca da realidade socioeconômica nos bairros periféricos de Fraiburgo e Região do Contestado. Atualmente, incluí nas suas ações de educação e organização popular, crianças, adolescentes, jovens ou adultos.
Em quase 21 anos de atuação, destacam-se entre as ações: Projeto de Alfabetização Todas as Letras; Biblioteca Comunitária Alisson Zonta; Campanha em Prol da Construção do Centro de Educação, Cultura, Comunicação e Arte Popular – CECAP; Projeto Artesanato Cidadão; Projeto de Cultura Itinerante Mário Lago; Projeto de Inclusão Digital Florestan Fernandes; Projeto Esporte Bemlegal – PEB; Programa Cidadania Cabocla; Jornada Cabocla Chica Pelega; Apoio ao Processo de Luta Pela Construção da Universidade Federal do Contestado – UNIFECON; Apoio a Comunidade Quilombola Campo dos Poli; Apoio Fórum Regional em Defesa da Civilização e Cultura Cabocla do Contestado; Apoio a Rede de Educadoras e Educadores Caboclos do Contestado; Apoio a Mostra de Cinema Chica Pelega; e Apoio a Associação Hayashi-há Vital Fraiburgo de Karatê-dô.
Pela seriedade do trabalho, a instituição já recebeu vários prêmios. Entre os quais: Em fevereiro de 2014, recebeu a Moção de Reconhecimento e Parabenização a Biblioteca Comunitária Alisson Zonta da Câmara Municipal de Vereadores de Fraiburgo. Antes disso, em novembro de 2012, a Assembleia Legislativa de Santa Catarina ofereceu-lhe a Comenda do Legislativo Catarinense.
Filmes da sessão:
A luta de um
quilombola polinário
2023 • 4min • Livre
Kaingang, herdeiros da teimosia
2015 • 17min • Livre
Sobreviventes de Taquaruçu – Guerra do Contestado
1985 • 8min • Livre
Sonhos de um negro
2005 • 8min • Livre
Mulheres da Terra
2010 • 22min • Livre
Debate após sessão
Convidados: Allison Marcelino e Rafael da Silva Marcelino